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A maioria das pessoas acredita que para ter sucesso tens de “querer sempre mais”.
Mais dinheiro, mais reconhecimento, mais responsabilidades, mais de tudo.
E atenção, não te equivoques: DINHEIRO é uma parte muito importante, sobretudo quando se tem um negócio… mas LUCRO, não são ganhos.
Vou voltar a repetir: refiro-me a LUCRO.
Há por aí muito boa gente que partilha números maravilhosos, mas 99% não são os lucros finais, são ganhos… que muitas vezes com uma estrutura bem mais pequena e menos barulho se conseguem bem mais facilmente 🤷♀️
Esta mentalidade está a criar uma geração de pessoas exaustas que têm tudo… e não têm nada.
Esta obsessão pelo “sempre mais” foi-nos incutida desde pequenos.
Repara: o sistema educativo premia quem quer “ser o melhor”, a sociedade aplaude quem “nunca se contenta”, e os media vendem-nos a história de que ambição ilimitada é sinónimo de caráter.
Resultado? Uma corrida sem fim onde ninguém sabe qual é a linha de chegada.
O que isto criou? Pessoas que trabalham para comprar coisas que nem sequer querem, que correm atrás da definição de sucesso dos outros em vez de descobrirem a sua, e que se perguntam porque sentem aquele vazio mesmo depois de conquistarem tudo o que “supostamente” as devia preencher.
Alguns exemplos desta mentalidade:
- Empreendedores bem-sucedidos que constroem impérios mas nunca têm tempo para os desfrutar
- Profissionais de topo que ganham salários de sonho mas vivem medicados para a ansiedade
- Pessoas “realizadas” que têm tudo na lista mas sentem que algo fundamental lhes falta
A verdade é que esta mentalidade está fundamentalmente errada.
Porque…
- confunde movimento com progresso;
- estar ocupado com estar a viver;
- e quantidade com qualidade!
Eu quero um tipo de vida completamente diferente.
Quero trabalhar três ou quatro horas por dia em coisas que realmente me importam.
Ganhar o suficiente para sentir que a minha família está segura.
Ter tempo para ler livros que me façam pensar, fazer caminhadas longas, cozinhar entre fofocas, gargalhadas e conversas profundas com o meu marido pelo meio, tudo sem pressas.
Quando conto isto às pessoas, olham para mim como se fosse perigosa.
As reações caem sempre em dois campos: os ambiciosos dizem “isso não é forma de viver, tens de querer sempre mais” e os pessimistas suspiram “boa sorte com isso, é um luxo pensares que podes viver assim“.
Mesma visão.
Reações completamente opostas.
Mas nenhum deles está realmente a ouvir o que estou a dizer.
Estão demasiado ocupados a defender as escolhas deles para conseguirem ouvir as minhas.
Porque… se eu tiver razão, os ambiciosos têm de encarar que estão a correr na pista errada. E os pessimistas têm de admitir que esta vida… até pode ser possível.
Como fazer a mudança de “sempre mais” para “o suficiente abastado”:
Escreve sem julgamentos (ninguém vai ler) como queres que seja um dia “normal” (tipo 2ª feira) – não produtiva ou cheia de coisas Tip Top para ti, mas que te faça acordar contente (e motivada).
Há uns anos, depois do burnout fiz exactamente isto.
E escrevi:
- Acordar e estar comigo às 6h da manhã (ler sempre),
- Pequeno almoço com os miúdos às 7h,
- Cafés Tip Top Delta (quem é imigrante vai identificar-se 😜) às 9h depois dos miúdos saírem para escola
- Trabalho profundo das 09h30 às 12h30.
- Almoço saudável com o Élio, seguido de caminhada. E depois disso?
- O que me apetecesse.
Quando acabei, olhei para este plano e pensei: é isto!
O dia perfeito.
O resultado desta mudança?
Finalmente sabes para onde caminhas e que tipo de negócio e vida estás a construir.
Páras de perseguir objetivos vagos como “ser bem-sucedida” e começas a construir em direção a algo concreto.
E talvez descubras que precisas de muito menos do que te andaram a vender.
A era do “sempre mais” está a chegar ao fim.
Porque cada vez mais pessoas estão a perceber que três horas focadas em trabalho com significado e propósito batem oito horas de “parece que estou ocupada” todos os dias.
A nova geração de empreendedores já não se impressiona tanto com quem está sempre ocupado. Querem líderes que são o modelo que sabe dizer não, que têm tempo para cuidar da saúde e dos afetos, que escolheram conscientemente o que querem em vez de aceitar o que toda a gente quer.
Nada incomoda mais do que alguém que escolhe diferente e está feliz com isso.
Porque quando estás feliz com um caminho fora da caixa, tornas-te prova viva de que o hustle eterno pode ser uma grande perda de tempo.
O futuro pertence a quem tem coragem de definir o seu próprio “suficiente”.
A quem percebe que a boa vida não tem nada a ver com querer tudo – tem a ver com querer as coisas certas.
E ter coragem para dizer não ao resto.
É exatamente a possibilidade de desenhar